As características hereditárias mais indesejáveis
Por Rafael Alves
Nem sempre é bom “puxar” os pais em determinada característica. É claro que ninguém reclama se herdar os olhos verdes da mãe, ou o porte físico avantajado do pai. Mas certos atributos que passam de geração em geração são bem indesejáveis. Conheça dez das piores coisas que você não gostaria de herdar dos genitores e nem deseja passar adiante.
– Calvície
Embora a marchinha de carnaval afirme que “é dos carecas que elas gostam mais”, nem todo mundo acha legal ser calvo ainda jovem. E essa condição ainda é um tanto misteriosa para cientistas e pesquisadores. Ser careca afeta apenas os homens, em sua esmagadora maioria, mas os genes da calvície estão associados tanto ao pai quanto à mãe. E em alguns casos a perda de pelos não se restringe ao couro cabeludo: existe uma doença genética chamada “Alopecia Universalis”, em que não sobram sobrancelhas, pelos na perna, barba, nem qualquer outro pelo para contar a história.
– Intolerância à lactose
Essa é uma história curiosa. Antigamente, quando o organismo de alguns chineses apresentava repulsão ao leite ou alguns de seus derivados acreditava-se que se tratava de uma questão cultural. Foi apenas nos anos 60 que os cientistas começaram a descobrir incidências de intolerância à lactose em populações asiáticas, africanas e europeias. E há um fato pitoresco: os indivíduos que não consomem leite aumentam as chances de que seus filhos tenham uma disposição genética à intolerância Láctea. Em populações onde se consome leite há milhares de anos, o índice da doença é mais baixo, porque o tempo se encarregou de corrigir esse problema genético.
– Acne
Não estamos falando daquelas espinhas ocasionais que aparecem na cara de jovens durante a puberdade. Acne, como condição genética hereditária, ataca o rosto da pessoa para valer, cobrindo-o de espinhas. Continua sendo uma característica predominante em adolescentes, mas você pode culpar seus pais se já passou por esse problema.
– Gêmeos multivitelinos
Primeiro: essa regra genética não vale para os univitelinos, na qual um óvulo já fecundado pelo espermatozoide se divide em dois ou mais, portanto apresentam as mesmas características. A ocorrência, nessa situação, é mera obra do acaso. O que está escrito no DNA diz respeito aos multivitelinos, que nascem quando cada espermatozoide fecunda um óvulo diferente, com cromossomos diferentes. Nesse caso há uma tendência genética na mãe, em que há excesso de ovulação, aumentando as chances da ocorrência. Um homem que carrega esses genes não aumenta a tendência de ter gêmeos, mas passa estes genes às suas eventuais filhas, que carregam o estigma. Por isso, a ocorrência de gêmeos multivitelinos costuma pular gerações. E se você acha que esse item não merecia estar na lista das “piores características hereditárias”, experimente ter que trocar duas fraldas, dar de mamar a duas crianças e fazê-las parar de chorar ao mesmo tempo…
– Doenças cardíacas
Antes de levar uma vida de atitudes que não fazem bem ao seu coração, consulte o histórico familiar. Se seus descendentes foram figurinhas carimbadas em quadros médicos de hipertensão, derrame, diabetes ou doenças do coração em geral, tome cuidado: é meio caminho para que você também contraia tais doenças. É uma forte característica genética que atravessa gerações.
– Obesidade
Já se perguntou porque pais e mães gordinhos têm filhos com tendência a engordar? Não é coincidência, o DNA também está presente lá. É lógico que a alimentação descuidada é o principal fator, mas quem tem propensão a engordar, geralmente, “ganha de brinde” a condição genética de querer comer mais. E uma teoria evolucionista afirma o seguinte: os mesmos genes que ajudavam o homem pré-histórico a suportar períodos de fome prolongada agora atrapalham na redução de peso dos mais avantajados.
– Propensão à violência
Crianças que, na escola, são chamadas à sala do diretor por agredir o coleguinha, geralmente não sabem disso, mas a culpa do comportamento violento é geralmente genética. Em meninos, os genes afloram mais fortemente para a atitude agressiva em si do que para comportamentos anti-sociais, como o roubo. Esse gene em meninas, ao contrário, aumenta a tendência delas a roubar algo.
– Daltonismo
O velho estigma daqueles que não diferenciam a cor verde da vermelha é outro fator sob responsabilidade da genética. É muito mais comum no sexo masculino: nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 10 milhões de homens daltônicos, enquanto apenas 600 mil mulheres padecem com o problema. Isso acontece porque o gene para distinção das cores está no cromossomo X. Como o DNA tem capacidade de “compensar seus próprios erros”, se for dominante, as mulheres levam vantagem por ter dois cromossomos X, enquanto os homens têm um X e um Y. Essa dicotomia entre X e Y é também determinante em uma série de outros fatores, nem todos positivos.
– Câncer de mama
A causa da maioria dos cânceres de mama ainda é motivo de debate entre especialistas, mas pesquisas recentes descobriram que mutações em genes específicos causam alguns tipos de câncer. As mulheres que herdam tal mutação tendem a ter câncer em idade não muito avançada, e geralmente em ambos os seios. Uma mutação, BRCA1, traz aos homens um risco aumentado de câncer de próstata, enquanto a BRCA2 aumenta a probabilidade de câncer na mama masculina, próstata, pâncreas, entre outros.
– Alcoolismo
Esta é mais uma das características genéticas que, se não determinam os destinos da saúde de uma pessoa, podem “dar um empurrãozinho nas circunstâncias”. Se seu pai teve alguma espécie de problema com o álcool, não se desespere: não significa que você está fadado a se tornar um bêbado inveterado. Mas cientistas descobriram que 50% da propensão ao vício são devido à genética.
[Live Science]
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