“A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas
passei para a sala seguinte. Nada aconteceu.
Tudo permanece exatamente como sempre foi. Eu
sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos
permanece intocada, imutável. O que quer que tenhamos sido um para o outro,
ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que
sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor. Ria como sempre
fizemos das piadas que desfrutamos juntos. Brinque, sorria, pense em mim, reze
por mim.
Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em
casa, como sempre foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou
sombra. A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma
continuidade absoluta e inquebrável.
O que é esta morte senão um acidente
desprezível? Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão?
Estou simplesmente à sua espera, como num
intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem!”
(Sto Agostinho)
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