sexta-feira, 31 de agosto de 2012


O que é Morte?
Ela tem algum significado ?
J.Krishnamurti


“O que é morte?”
Esta é uma pergunta para os jovens e para os idosos, assim, por favor, faça a pergunta a si mesmo.
A morte é meramente o fim do organismo físico?
É disso que temos medo? É o corpo que queremos que continue? Ou é alguma outra forma de continuidade que ansiamos?
Todos nós percebemos que o corpo, a entidade física se deteriora pelo uso, pelas variadas pressões, influências, conflitos, impulsos, exigências, sofrimentos.
Alguns provavelmente gostariam que o corpo pudesse continuar por 150 anos ou mais, e talvez os médicos e cientistas juntos finalmente encontrem um modo de prolongar a agonia em que a maioria de nós vive. Mas, mais cedo ou mais tarde o corpo morre, o organismo físico chega ao fim.
Como qualquer máquina, ele finalmente se acaba.

Para a maioria de nós, a morte é alguma coisa mais profunda do que o fim do corpo, e todas as religiões prometem algum tipo de vida depois da morte. Ansiamos por continuidade, queremos estar seguros de que alguma coisa continuará quando o corpo morrer. Esperamos que a psique, o “eu” – o “eu” que experimentou, lutou, adquiriu, aprendeu, sofreu, gozou; o “eu” que no ocidente chamamos de alma, e no oriente de outro nome – continuará. Então estamos mesmo preocupados com a continuidade, não com a morte.

Não queremos saber o que a morte é; não queremos conhecer o extraordinário milagre, a beleza, a profundeza, a vastidão da morte. Não queremos investigar esta coisa que não conhecemos. Tudo que queremos é continuar.
Nós dizemos, “Eu que vivi por quarenta, sessenta, oitenta anos; eu que tenho uma casa, uma família, filhos e netos; eu que fui ao escritório dia após dia durante muitos anos; eu que tive disputas, apetites sexuais – quero continuar vivendo”.
É só nisso que estamos interessados.
Sabemos que existe a morte, que o fim do corpo físico é inevitável, e então dizemos, “Tenho que estar certo da continuidade de mim mesmo depois da morte”.
Então temos crenças, dogmas, ressurreição, reencarnação – milhares de maneiras de fugir da realidade da morte; e quando temos uma guerra, colocamos cruzes para os pobres companheiros que foram mortos.

Este tipo de coisa vem acontecendo durante milênios.


Publicado por Andrea Cortiano (portaldosanjos)

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

RELACIONAMENTOS CÁRMICOS




Todos nós experimentamos, em algum momento de nossas vidas, relacionamentos com pessoas que conhecemos em outras vidas e com as quais experimentamos emoções intensas, um em relação ao outro.
 

A característica de um relacionamento cármico é que os parceiros carregam emoções não resolvidas dentro de si, tais como culpa, medo, dependência, ciúme, raiva ou algo do tipo. Devido a essa “carga” de emoções não resolvidas, eles se sentem atraídos um para o outro, em outra encarnação.
 
O objetivo do reencontro é proporcionar uma oportunidade para se resolver o problema em questão. Isto acontece recriando-se o mesmo problema em um curto espaço de tempo.
 

Quando os parceiros se conhecem, logo sentem uma compulsão de estar mais perto um do outro, e depois de algum tempo, começam a repetir os padrões emocionais dos seus antigos papéis. Então, o palco está armado para que ambos enfrentem um antigo problema de novo, e TALVEZ lidem com ele de uma forma mais amadurecida e iluminada.

O propósito espiritual do reencontro, para ambos os parceiros, é que possam fazer escolhas diferentes das que fizeram naquela vida passada.

Aqui vai um exemplo desta situação. Imaginem uma mulher que, numa vida passada, teve um marido que era muito possessivo, controlador e dominador. Ela aceitou isso durante algum tempo, mas chegou um ponto em que ela decidiu que já era o bastante, e terminou o relacionamento. Um pouco mais tarde, o marido se suicida. A mulher sente remorsos. Ela acredita que é culpada – será que ela não deveria ter lhe dado mais uma chance? Ela carrega essa sensação de culpa consigo pelo resto da sua vida.

Então eles se encontram de novo em outra vida. Existe uma estranha atração entre eles. No começo, o homem é excepcionalmente charmoso e ela é o centro das atenções dele. Ele a adora. Eles começam um relacionamento. Desse momento em diante, ele se torna cada vez mais ciumento e possessivo. Ele suspeita de adultério por parte dela. Ela fica brava e aborrecida por ser acusada de algo que ela não fez, mas também sente uma estranha obrigação de ser tolerante, e lhe dar outra chance. “Ele é um homem ferido” – ela pensa – “e não pode evitar esse medo de ser abandonado. Talvez eu possa ajudá-lo a superar isso.” Ela justifica seu próprio comportamento desta forma, mas na verdade ela permite que os seus limites pessoais sejam violados. O relacionamento afeta negativamente a sua autoestima.
 

A escolha mais libertadora para essa mulher seria romper esse relacionamento, nesse instante, e seguir seu próprio caminho sem sentimentos de culpa. A dor e o medo que o seu marido sente não são responsabilidade dela. A dor dele e o sentimento de culpa dela os levam a um relacionamento destrutivo. O relacionamento deles já estava emocionalmente carregado por causa de outra vida.

 A razão para um novo encontro é que a mulher deve aprender a deixar as coisas acontecerem sem sentimentos de culpa, e que o homem deve aprender a se sustentar emocionalmente por si só. Então, a única solução verdadeira é romper o relacionamento. A solução para o carma da mulher é abandonar o seu sentimento de culpa finalmente. O “erro” que ela cometeu na sua vida passada não foi ter abandonado o marido, mas ter se sentido responsável pelo suicídio dele. A partida da sua esposa, nesta vida, faria o marido se confrontar outra vez com a sua própria dor e medo, e lhe ofereceria a oportunidade de encarar suas emoções, em vez de fugir delas.

Um encontro cármico pode ser reconhecido pelo fato de que a outra pessoa imediatamente lhes parece estranhamente familiar. Com muita frequência há também uma atração mútua, uma urgência “no ar”, que os impulsiona a estar juntos e descobrirem-se. Se a oportunidade estiver disponível, essa forte atração poderá se transformar num relacionamento amoroso ou numa intensa paixão. As emoções que experimentam podem ser tão avassaladoras, que é provável que pensem terem encontrado a sua alma gêmea.
 

No entanto, as coisas não são o que parecem. Sempre haverá problemas em uma relação como essa, que virão à tona mais cedo ou mais tarde. Geralmente os parceiros acabam se envolvendo num conflito psicológico, cujos ingredientes principais são insegurança, medo, poder, controle, manipulação e codependência. Desta forma, eles repetem uma tragédia que o seu subconsciente reconhece de uma vida anterior. Numa vida passada, eles podem ter sido amantes, pai e filho, chefe e funcionário, ou algum outro tipo de relacionamento. Mas sempre eles tocaram uma ferida interna profunda do outro, através de atos de infidelidade, abuso de poder ou, de outro lado, uma afeição muito forte. Houve um encontro emocional profundo entre eles, que provocou cicatrizes profundas e trauma emocional. É por isso que as forças de atração, assim como as de repulsão, podem ser tão violentas quando eles se encontram novamente em outra encarnação.
 

O convite espiritual para todas as almas que estão enredadas desta forma é que CADA UM DEIXE O OUTRO IR, E SE TORNE UMA “ENTIDADE EM SI MESMA”, LIVRE E INDEPENDENTE.

Relacionamentos cármicos, como os que acabo de mencionar, quase nunca são duradouros, estáveis e amorosos. São relacionamentos muito mais destrutivos do que curadores. Com muita frequência, o propósito básico do encontro é que ambos consigam se desapegar do outro. Isto é algo que não pôde ser feito em uma ou mais vidas passadas, mas agora existe uma nova oportunidade para que cada um libere o outro com amor.

Se vocês se encontram em um relacionamento caracterizado por emoções intensas e que evoca muita dor e tristeza, mas do qual vocês não conseguem se libertar, por favor entendam que nada os obriga a ficar com a outra pessoa. Inclusive, percebam que é muito mais frequente que as emoções intensas estejam relacionadas com dor profunda, do que com amor mútuo.
 

A energia do amor é essencialmente calma e pacífica, alegre e inspiradora. Não é pesada, cansativa, nem trágica. Se um relacionamento adquire estas características, é hora de abandoná-lo, ao invés de tentar “trabalhar nele” mais uma vez.

Algumas vezes, vocês se convencem de que precisam ficar juntos porque “compartilham o mesmo carma” e precisam “resolver algumas questões juntos”. Vocês utilizam a “natureza do carma” como um argumento para prolongar o relacionamento, enquanto vocês dois estão sofrendo imensamente. Na verdade, vocês estão distorcendo o conceito de carma aí. Vocês não resolvem um carma juntos: o carma é uma coisa individual.
 

O carma que está em jogo em relacionamentos como os mencionados anteriormente, geralmente requer que vocês se DESAPEGUEM COMPLETAMENTE UM DO OUTRO, que VOCÊS SE AFASTEM DE TAIS RELACIONAMENTOS, PARA QUE POSSAM EXPERIENCIAR QUE VOCÊS SÃO COMPLETOS EM SI MESMOS.
 

Repito: resolver um carma é algo que cada um faz sozinho. outra pessoa pode tocar ou disparar algo em vocês que cria bastante drama entre ambos. Mas a tarefa é o desafio exclusivo de cada um, que continua sendo lidar com a sua própria ferida interna e não com as questões da outra pessoa. CADA UM TEM RESPONSABILIDADE APENAS POR SI MESMO.
 

É importante entender isto, porque esta é uma das principais armadilhas nos relacionamentos. VOCÊS NÃO SÃO RESPONSÁVEIS PELO SEU PARCEIRO E ELE NÃO É RESPONSÁVEL POR VOCÊS. A solução dos seus problemas não está no comportamento da outra pessoa. Muitas vezes, vocês ficam tão ligados à criança interior do seu parceiro – à parte emocionalmente ferida de dentro dele – que sentem que vocês é que têm que resgatá-la. Ou o seu parceiro pode estar tentando fazer o mesmo com vocês. Mas isto não vai funcionar, porque vocês estarão reforçando a sensação de impotência e o sentimento de vítima da outra pessoa, quando, em última análise, seria mais proveitoso se vocês fixassem os limites de cada um, e se mantivessem por si mesmos. Esta é a condição mais importante para um relacionamento verdadeiramente satisfatório.


Adaptação de: Jeshua.net, canalização de Jesus, por Pamela Kribbe




sábado, 25 de agosto de 2012

UM OUTRO TIPO DE MULHER NUA - Martha Medeiros



...Nunca vi tanta mulher nua.
Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas. O que não falta é candidata para tirar a roupa.
Serviu cafezinho numa cena de novela? Posa pelada. É prima de um jogador de basquete? Posa pelada. Caiu do terceiro andar? Posa pelada. 


Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, bastando pra isso uns retoquezinhos aqui e ali. Dá uma grana boa. E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?

Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos. Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade - emocionalmente.

Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso. É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico ver uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.

Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos - aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não boneca s de porcelana.

Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em quem sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.

Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que esperava-se com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo - pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo.Mas agora não há mais charme nem suspense. Estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência.

Escadas servem para descer também. Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior. Mas é o que devemos continuar fazendo. 
Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro.Não conheço strip-tease mais sedutor.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

SECRETA MIRADA ... Lya Luft



Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.


Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura agrandada pelos anos e o peso dos fardos 
bons ou ruins.


(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar quando antigamente quereria apenas ser amada.


Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.


Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.


 "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

OS SINAIS DO SEU DESPERTAR DIVINO

OS SINTOMAS DE SHAUMBRA - Geoffrey Hoppe e Tobias



Dores no corpo e sofrimentos, especialmente no pescoço, ombros e costas. Isto é o resultado de intensas mudanças no seu nível de DNA, enquanto a "semente Crística" é
despertada interiormente. Isto também passará.



Sentimento de profunda tristeza interna sem aparente razão. Você está soltando seu passado (dessa vida e de outras) e isto causa o sentimento de tristeza. Isto é semelhante a mudar-se de uma casa na qual você viveu por muitos, muitos anos para uma nova casa. Por muito que você queira mudar-se para uma nova casa, existe uma tristeza por deixar as memórias para trás, energias e experiências da velha casa. Isto também passará.

Chorar sem razão aparente
. Semelhante ao item 2 acima. É bom e saudável deixar as lágrimas fluírem. Isto ajuda a soltar a velha energia interna. Isto também passará.
Repentina mudança no trabalho ou carreira. Um sintoma muito comum. Como você muda, coisas a sua volta igualmente mudarão. Não se preocupe em achar o emprego "perfeito" ou carreira agora. Isto também passará. Você está em transição e poderá fazer várias mudanças de empregos até se estabelecer em algum que caiba sua paixão.

Afastar-se das conexões familiares.
Você está conectado com sua família biológica via velho carma. Quando você sai do ciclo cármico, os vínculos das antigas conexões são soltos. Vai parecer que você está afastando-se de sua família e amigos. Isto também passará. Depois de um período de tempo, você pode desenvolver uma nova conexão com eles, se isso for apropriado. Porém, a conexão será baseada na nova energia sem elos cármicos.

Padrões de sono pouco comuns.
É provável, que você acorde muitas noites entre duas e quatro horas da manhã. “Há muito trabalho sendo feito em você, e isso muitas vezes faz você acordar para dar uma respirada”. Não se preocupe. Se você não puder voltar a dormir, levante-se e faça alguma coisa. É melhor do que deitar na cama e preocupar-se com coisas humanas. Isto também passará. 

Sonhos intensos.
Nestes podem ser incluídos sonhos de guerra e batalhas, sonhos de caçadas e sonhos com monstros. Você está literalmente soltando a velha energia interna, e estas energias do passado são muitas vezes simbolizadas como guerras, corridas para escapar e o "bicho papão". Isto também passará.

Desorientação física.
Em tempos você sentirá muito sem chão. Você estará "mudando espacialmente" com a sensação de que você não pode por os dois pés no chão, ou que você está andando entre dois mundos. Conforme sua consciência muda para a nova energia, seu corpo algumas vezes "atrasa-se" e "fica para trás", isto é, ele não acompanha. Gaste mais tempo na natureza para ajudar a aterrar a nova energia interior. Isto também
passará.

Aumento da "conversa consigo mesmo
". Você encontrar-se-á conversando com seu "Eu" mais freqüentemente. Você de repente perceberá que esteve batendo papo com você mesmo pelos últimos 30 minutos. Existe um novo nível de comunicação tomando lugar dentro do seu ser, e você está experimentando a "ponta do iceberg" com a "conversa consigo mesmo". As conversas aumentarão, e se tornarão mais fluídas, mais coerentes e com mais visões interiores. Você não está ficando maluco. Você é apenas SHAUMBRA movendo-se para a nova energia.

Sentimentos de solidão, mesmo quando em companhia de outros.
Você pode sentir-se sozinho e longe dos outros. Você pode sentir desejo de evitar grupos e multidão. Como SHAUMBRA, você está percorrendo um caminho sagrado e solitário. Tanto quanto os sentimentos de solidão causem ansiedade, é difícil, neste tempo, contar sobre isto a outros. Estes sentimentos de solidão estão associados ao fato de seus Guias terem partido. Eles estiveram com você em todas as suas jornadas, em todos os cursos de suas vidas. Era tempo deles se afastarem, assim você ocuparia esse espaço com sua própria divindade. Isto também passará. O vazio interior será ocupado com amor e energia de sua própria consciência Crística.

Perda da paixão
. Você pode sentir-se totalmente desapaixonado, com pouco ou nenhum desejo de fazer qualquer coisa. Isto está certo, e isto é apenas parte do processo. Pegue este tempo para fazer nada mesmo. Não lute com você mesmo por isso, porque isto também passará. É semelhante a reprogramar um computador. Você precisa fechar por um breve período de tempo para poder carregar com o novo e sofisticado software, ou neste caso, a nova energia da semente Crística.

Um profundo desejo de voltar para Casa.
Esta talvez seja a mais difícil e desafiante de qualquer uma das condições. Você pode experimentar um profundo e irresistível desejo de voltar para Casa. Isto não é um sentimento suicida. Não é baseado numa frustração ou raiva. Você não quer fazer um grande negócio disto ou causar drama para você mesmo ou para outros. Tem uma quieta parte de você que quer ir para Casa. 


A raiz que origina isto é bastante simples. Você completou seus ciclos cármicos. Você completou seu contrato para esta duração de vida. Você está pronto para começar uma nova vida enquanto ainda está neste corpo físico. Durante este processo de transição você tem lembranças interiores do que é estar do outro lado. Você está pronto para alistar-se para outra viagem de serviço aqui na Terra? Você está pronto para um contrato de desafios de mudanças em direção à Nova Energia. Sim, na verdade você pode ir para Casa agora mesmo. Mas, você veio até aqui, e depois de muitas, muitas vidas seria um pouco frustrante ir embora antes de ver o final do filme. 


Além disso, O Espírito precisa de você aqui para ajudar outros na transição para a nova energia. Eles precisarão de um guia humano, como você, que fez a jornada da velha energia para a nova. O caminho que você está percorrendo agora fornece as experiências que te habilita a vir a ser um Professor para o Novo Humano Divino.Tão solitária e escura que sua jornada possa ser às vezes. Lembre que você nunca está só.

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ESSA DURA LIÇÃO, A MORTE - Lya Luft


QUANDO MORRE ALGUÉM QUE AMAMOS - Lya Luft



Hoje quero esquecer educação, deseducação, abandono, desinteresse, incompetência, mediocridade: quero falar da morte dos nossos afetos, de mais um amigo perdido. Figura inesquecível, de quem não darei o nome, pois tantos mereceriam estar aqui citados. Quem o conheceu sabe de quem falo. Quero nele homenagear os bons afetos que nos ajudam a viver, e a crescer, especialmente aqueles que foram originais, inimitáveis como este, e que nos fazem sentir quanto nos dedicamos a bobagens, sofremos por tolices, nos desperdiçamos em futilidades (não que futilidades não sejam necessárias, ou seríamos uma manada de bois obtusos ruminando o nada). Mas devíamos lhes reservar um espaço um pouco menor, e quem sabe o choque da morte, da doença, do drama humano, em qualquer idade e lugar, nos fizesse rever alguns conceitos, elaborar alguns valores -- ainda que por poucas horas ou semanas.

Quando morre alguém que a gente ama, seja amigo, amado, alguém da família, todo o resto diminui, fica encoberto por um nevoeiro, tudo para. O mundo é pura sombra, o planeta não gira, e se gira não interessa. Estamos petrificados no choque, na dor, na inconformidade, às vezes na autocompaixão. Conheci um viúvo que diante da mulher morta gritava: "Como é que isso foi me acontecer?". Ele tinha sofrido esse último tipo de traição: a amante Morte sempre vence. Tanto mais quanto mais não aceitarmos, com o tempo, que aqueles que morrem apenas se transformam: enveredam por uma outra dimensão; vão crescer e se aperfeiçoar mais; ou se escondem, fingem-se de mortos e nos espiam lá do seu enigma, e nos cuidam, conforme a crença de cada um.

Quando foi bom o amor, os mortos pedem a gente que não os perturbe, e que viva sem muito desgosto e sem mórbido luto. Pedem que abaixemos o ruído das nossas aflições, e que, porque os amamos, seja agora com um amor que não os algeme. Se a onda natural de culpa for excessiva e tiver algum real fundamento, vamos nos agarrar desesperadamente aos mortos -- não para que nos ensinem a viver de novo, mas como bandeiras escuras de isolamento e rancor.

Quando estavam de de bom humor, os deuses abriram as mãos e soltaram neste mundo os oceanos e as sereias, os campos onde corre o vento, as árvores com mil vozes, as manadas, as revoadas -- e, para atrapalhar, as pessoas. Que passam a correr meio desnorteadas atrás de coisas que nem sabem direito: a mulher mais sedutora, o homem mais poderoso, ou coisa nenhuma. Tudo menos parar e pensar. Enquanto isso a Morte revira seus grandes olhos de gato, termina de palitar os dentes e prepara o bote: nós nunca estamos preparados.

Nem eu que, como todos, perdi muitos afetos. Mas isso me ensinou a não a não acreditar demais na morte nem desistir da esperança, que rebrilha entre o cascalho bruto. A gente tem de aprender a enxergar, tem de crescer como, dizem as lendas, crescem ainda nos silenciosos túmulos os cabelos de quem se foi (mas hoje a gente é cremada, nem vermes nem longas cabeleiras). A Morte, amida indesejada, vai colhendo alguns dos que mais amamos, e os esconde nas suas largas mangas. Quando trabalhamos ou nos divertimos, ela passeia pelas praças, sobe nos telhados mais altos, e aponta aqui e ali seu dedo ossudo: este, este, esta, aquela. Às vezes vários num só golpe.

Ela é natural, dizem; é inevitável, sabemos. Mas a gente não entende, não aprende, não se conforma. Porque não se decifra esse enigma. Porque não somos bons alunos nessa dura escola.

Lya Luft
Revista Veja
postado por Andrea Cortiano (portaldosanjos)