terça-feira, 23 de dezembro de 2014

ORAÇÃO PARA MÃE TERRA E SEUS FILHOS HABITANTES


MITAKUYE OYASIN é uma declaração simples, porém profunda.

Ela vem da Nação Lakota MITAKUYE OYASIN

Honra a sacralidade de cada caminho espiritual da pessoa individual, reconhece a sacralidade de toda vida (humana, animal, vegetal, etc.) e cria uma energia de consciência que reforça não só a pessoa que reza, mas todo o planeta.

Ela representa tudo o que precisa ser dito. É uma oração de honra, respeito e amor para toda a humanidade e para a Terra. É uma oração que diz: "Eu desejo a bem e a paz para todos. Não deixo ninguém de fora. Rezo por todos." 

É uma oração que elimina as barreiras da religião e pode ser rezada por pessoa de qualquer fé. É uma oração que une em vez de dividir!


Aho MITAKUYE OYASIN....

Aho Todos os meus parentes...

Eu honro todos vocês que hoje 
estão aqui conosco, neste círculo da vida.

Estou grato pela oportunidade de dar meu reconhecimento a vocês nesta oração....

Para o “Criador”, pelo dom supremo da vida, eu agradeço.

Para a “Nação Mineral” que tem construído e mantido meus ossos e todas as estruturas da experiência da vida, eu agradeço.

Para a “Nação Planta” que sustenta meu
s órgãos, mantém meu corpo sadio e me dá ervas para curar a doença, eu agradeço.

Para a “Nação Animal” que me alimenta de sua própria carne e oferece sua companhia leal nesta caminhada da vida, eu agradeço.

Para a “Nação Humana” que compartilha meu caminho como uma alma em cima da roda sagrada da vida terrena, eu agradeço.

Para a “Nação Espírito” que, invisível, me guia através dos altos e baixos da vida e carrega a tocha de luz através dos tempos, eu agradeço.

Aos “Quatro Ventos” de mudança e crescimento, eu agradeço.

Vocês são todos meus parentes, sem os quais eu não viveria.

Estamos todos no Círculo da Convivência, coexistentes e co-dependentes, co-criando nosso destino. 

Temos todos, a mesma importância. Uma nação em desenvolvimento está interligada com todas as outras nações, umas com as outras e ainda são dependente de cada uma acima e cada uma abaixo. 

Todos nós, uma parte do Grande Mistério.

Obrigado por esta vida. Aho




sábado, 13 de dezembro de 2014

EU CREIO - GHANDI


Eu creio em mim mesmo.

Creio nos que trabalham comigo, creio nos meus amigos e creio na minha família.

Creio que Deus me emprestará tudo que necessito para triunfar, contanto que eu me esforce para alcançar com meios lícitos e honestos.

Creio nas orações e nunca fecharei meus olhos para dormir, sem pedir antes a devida orientação a fim de ser paciente com os outros e tolerante com os que não acreditam no que eu acredito. 

Creio que o triunfo é resultado de esforço inteligente, que não depende da sorte, da magia, de amigos, companheiros duvidosos ou de meu chefe.

Creio que tirarei da vida exatamente o que nela colocar. 

Serei cauteloso quando tratar os outros, como quero que eles sejam comigo. 

Não caluniarei aqueles que não gosto. Não diminuirei meu trabalho por ver que os outros o fazem.

Prestarei o melhor serviço de que sou capaz, porque jurei a mim mesmo triunfar na vida, e sei que o triunfo é sempre resultado do esforço consciente e eficaz. 

Finalmente, perdoarei os que me ofendem, porque compreendo que às vezes ofendo os outros e necessito de perdão.


Mahatma Ghandi

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

ASTROLOGIA PARA PRINCIPIANTES 2015 JOÃO PESSOA

Passando para informar as pessoas interessadas em participar dos Cursos de Astrologia, ministrados em João Pessoa, a partir de 2015.

Eu acabo de lançar um DVD com 6 vídeos trazendo as noções básicas fundamentais da Astrologia, que permitirá que cada estudante atinja o mínimo de conhecimento necessário para ter acesso ao seguimento do curso, reunindo condições para acompanhar a turma de "Astroconhecimento", a partir do próximo ano.

A metodologia passou a ser esta: a "tabuada astrológica" (técnica, nomenclatura e memorização) o aluno faz no seu tempo e disponibilidade.

Sendo que as aulas presenciais serão totalmente dedicadas à absorção terapêutica e filosófica da nossa nobre Ciência.

A proposta é que vcs estudem, e se preparem sozinhos até o início do ano, e já em fevereiro, poderão fazer parte do grupo regular, mencionado acima.

Havendo interesse, este “Curso para Principiantes em 6 vídeos” no valor de R$ 170,00, poderá ser adquirido na forma virtual online (link abaixo), ou, em DVD,
agendando recebimento pessoal, ou pelo correio, através de email, ou pelo face.

Grata pela atenção de vcs.

 
      DESCOBRINDO A ASTROLOGIA               
          Nas versões virtual e DVD





quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Haja o que houver... (fato verídico)



Na Romênia, um homem dizia sempre ao filho:

-Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado!


Houve, nesta época um terremoto de grande intensidade. Na hora do tremor o homem, que estava em uma estrada, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho tinha ido para a escola. 

Correu para lá e a encontrou totalmente destruída. Não restava uma única parede de pé.Tomado de uma enorme tristeza, ficou ali recordando o filho e sua promessa não cumprida: "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado"Seu coração estava apertado, e apenas conseguia ver a destruição.

Mentalmente, percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando a mão do filho, o portão, o corredor, as paredes, virava a direita e o via entrar. Mas agora estava tudo destruído. 

Resolveu então, fazer em cima dos escombros o mesmo trajeto. Portão...Portas... Corredor...Virou a direita...E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala em que seu filho estudava.Nada! Apenas uma pilha de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe.Olhava. Tudo destruído. Ficou desolado.

Mas continuava a ouvir sua promessa:
-Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado! E ele não esteve quando ele mais precisou...Começou a cavar com as mãos.

Enquanto fazia aquilo chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
-Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém. 


Ele retrucava:- Você vai me ajudar?

Mas ninguém ajudava, e aos poucos, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. 

A única coisa que o homem dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:-Você vai me ajudar?

Chegaram os bombeiros, e foi à mesma coisa...
Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos, cinco, 10, 12, 22, 24, 30 horas. Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto. 

Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu:
-Pai... Estou aqui!

Feliz, o homem fazia força para abrir um vão maior e perguntou:
-Tem mais alguém com você?
-Sim, dos 36 da classe, 14 estão comigo, estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem. Pai, eu falei a eles: vocês podem ficar sossegados, pois meu pai vai nos achar. Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora... Haja o que houver, meu pai estará sempre a meu lado!

-Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco, disse o pai.
-Não Pai! Deixe os outros saírem primeiro... Eu sei que, haja o que houver... Você estará me esperando!

Uma questão de Fé, e Confiança Inabalável.
E "as suas" como andam ???

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

CURSO DE ASTROLOGIA PARA PRINCIPIANTES EM DVD

Salve Amigos !

Tendo em vista a aproximação do Natal, alguns clientes e alunos, manifestaram o desejo 

de possuírem o “Curso para Principiantes” que, inicialmente, foi oferecido apenas no 

 “modo virtual com 6 vídeos”, em uma versão “mais física”, a fim de presentearem 

algumas pessoas.

Pensando em atender esta solicitação, estarei providenciando a apresentação da 

totalidade do trabalho virtual de 6 vídeos, em um único DVDmantendo o mesmo valor, 

e o bônus promocional do livro “Descobrindo a Astrologia”, na versão digital.


Se for do seu interesse encomendar, por favor, entre em contato. 

Namastê

domingo, 16 de novembro de 2014

ASTROLOGIA E ASTROLOGIA CÁRMICA - CURSOS 2015

ASTROLOGIA E ASTROLOGIA CÁRMICA - Cursos 2015



Apresentamos a Nova Agenda 2015 para os dois cursos de Astrologia e Astrologia Cármica ministrados em João Pessoa: o de nível médio (astroconhecimento) e o adiantado (astrocármica), em finais de semana alternados, conforme abaixo:
FEVEREIRO
dias 07 e 08 – ASTROCÁRMICA – Vênus tradicional e cármico no 1º quadrante
dias 28 e 01 – AUTOCONHECIMENTO – Signo de Libra nas doze casas
MARÇO
dias 07 e 08 – ASTROCARMICA – Vênus tradicional e cármico no 2º quadrante
dias 21 e 22 – AUTOCONHECIMENTO – Signo de Escorpião nas doze casas
ABRIL
dias 11 e 12 – ASTROCARMICA – Vênus tradicional e cármico no 3º quadrante
dias 25 e 26 – AUTOCONHECIMENTO – Signo de Sagitário nas doze casas
MAIO
dias 09 e 10 – ASTROCARMICA – Vênus tradicional e cármico no 4º quadrante (encerramento dos 5 planetas pessoais nas 12 casas)
dias 16 e 17 – AUTOCONHECIMENTO – Signo de Capricórnio nas doze casas
JUNHO (FÉRIAS)
JULHO 
dias 25 e 26 - AUTOCONHECIMENTO – Signo de Aquário nas doze casas
AGOSTO
dias 08 e 09 – ASTROCÁRMICA – OS CINCO ASPECTOS PRINCIPAIS (conjunção, sextil, quadratura, trígono e oposição)
dias 22 e 23 – ASTROCONHECIMENTO - Signo de Peixes nas doze casas (encerramento dos 12 signos nas cúspides das 12 casas)
SETEMBRO
dias 12 e 13 – ASTROCÁRMICA – JÚPITER E SEUS ASPECTOS dhármicos e cármicos com o ponto do ASC
dias 26 e 27 – AUTOCONHECIMENTO – OS DEZ PLANETAS, seus significados e atribuições nos Mapas
OUTUBRO
dias 03 e 04 – ASTROCÁRMICA – JÚPITER E SEUS ASPECTOS dhármicos e cármicos com o ponto do MC
dias 24 e 25 – AUTOCONHECIMENTO – Sol no primeiro e segundo quadrante
NOVEMBRO
dias 14 e 15 –ASTROCÁRMICA – JÚPITER E SEUS ASPECTOS dhármicos e cármicos com o Luminar Sol
dias 21 e 22 – AUTOCONHECIMENTO – Sol no terceiro e quarto quadrante
DEZEMBRO 
dias 05 e 06 – ASTROCÁRMICA – JÚPITER E SEUS ASPECTOS dhármicos e cármicos com o Luminar Lua
dias 12 e 13 – AUTOCONHECIMENTO – Lua no primeiro e segundo quadrante

SÁBADO 12 (CONFRATERNIZAÇÃO COLETIVA)

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

ASTROLOGIA PARA PRINCIPIANTES ONLINE, EM VÍDEOS



Olá,

Como é do conhecimento de todos, há muito tempo venho transmitindo o aprendizado da Astrologia.

E, a cada novo anúncio de um « Curso para Principiantes » fico sabendo de quantas pessoas se frustram por não residirem próximas a mim, e não poderem participar dos grupos formados.

Foi exatamente pensando nisso que decidi realizar uma série de vídeos, orientada para a apresentação das bases essenciais do conhecimento da Ciência Astrológica.

Esse material irá atender ao público leigo, que se interessa apenas por adquirir as primeiras noções da ciência, para descobrir certos detalhes de um mapa astral, ou, compreender artigos de revistas, e acompanhar publicações que tragam curiosidades a respeito dos signos zodiacais, por exemplo.

No entanto, este produto será igualmente destinado àqueles que pretendem prosseguir seus estudos em Astrologia, já que estas informações iniciais representam ‘a condição indispensável’ para a participação e o acompanhamento de aulas, em cursos de níveis posteriores.

Deixo que você descubra o que preparei com exclusividade para você.



Atenciosamente,

Beth LICATA


sábado, 25 de outubro de 2014

Entrevista com o autor de "A Saga dos Capelinos" - Albert Paul Dahoui


A Jornada: Você vem de uma família Espírita? Como foi seu início no Espiritismo?

Dahoui: Minha família foi muito interessante em termos religiosos, mas não me deu nenhuma base religiosa. Eu fui educado pelos meus avôs paterno, e mesmo sendo pessoas que acreditavam em Deus, não eram de freqüentar igrejas ou templos. Meu avô Albert foi um pouco de tudo. Como era diplomata, foi budista quando esteve na Índia e na China, foi Espírita de freqüentar mesas espíritas, mas acabou morrendo Protestante. Eu sempre digo brincando que ele morreu protestando, pois achava que ainda tinha mais dez anos de vida: a cigana o enganou, literalmente. Já meu pai tornou-se espírita no Brasil e o é até hoje, sem contudo freqüentar centros, mesmo que já o tenha feito em passado distante.
Eu me tornei espírita em 1969, com vinte e dois anos. Eu nunca recebi nenhum tipo de educação religiosa em casa, portanto a minha primeira influência foi a igreja católica, pois estudei no Colégio Marista de Recife, e lá fui devidamente catequizado (ninguém é perfeito!). Aos dezessete anos, tornei-me ateu, daqueles que podem dizer que não eram à toa. Era fanaticamente materialista, procurando através da ciência as explicações físicas e metafísicas para a vida.
Em 1969, aos vinte e dois anos, comecei a namorar minha primeira esposa e ela era espírita. Da umbanda, mesmo que muitos puristas hão de dizer que Umbanda não é espiritismo do tipo kardecista. Sem maiores polêmicas, ela era espírita, pois lia e conhecia bem Allan Kardec. Após muita insistência de minha parte, acabei sendo levado ao seu centro, quando - pasmem - tive uma manifestação interessantíssima. Um espírito incorporou-se, como se diz no linguajar comum, e me arremessou contra o chão, após um vôo sensacional. Assim que me levantei, já livre da incorporação, meu corpo todo tremia, mesmo que jamais estive tão calmo quanto naquele momento. Pensei comigo: ou enlouqueci ou existe algo nessa coisa toda que preciso descobrir. Alguns dias depois, entrava para o centro de Umbanda. Isso foi em 26 de julho de 1969. Como é que sei? Era festa de Santana.

A Jornada: Qual é o seu envolvimento com o movimento Espírita?

Dahoui: Depende como se vê esse assunto. Na realidade, eu continuo no mesmo centro desde aquela época, com intervalos para viagens, mudanças de cidade e outros contratempos. Sou apenas um médium da casa, sem nenhum posto especial, e aliás nem quero mais do que isso. Portanto, não participo de nenhum movimento espírita tradicional. Aliás, nem sei se existem, pois não estou a par de nenhum deles em específico, a não ser aqueles de caridade que vários centros fazem de acordo com seus calendários.

A Jornada: Possui algum tipo de mediunidade? Como lidou com ela no inicio?

Dahoui: A mediunidade que acabei por desenvolver, lenta e gradativamente, foi a de incorporação. Desde o início, como eu era materialista e tinha entrado para o centro por curiosidade intelectual, eu levei muitos anos para acreditar de fato em tudo que me acontecia. Aliás, até hoje, eu continuo colocando em dúvida tudo que leio, escuto e sinto. Como sou muito racional, analiso tudo com grande cautela e tornei um adepto do não-radicalismo, pois já aconteceu de hoje acreditar em coisas que ontem duvidava, e vice-versa.

A Jornada: Possui Livros publicados?

Dahoui: Tenho nove livros publicados. Trata-se de uma série de sete livros chamado A Saga dos capelinos (a queda dos anjos, a era dos deuses, o primeiro faraó, os patriarcas de Yahveh, Moisés o enviado de Yahveh, Jesus o divino discípulo e Jesus o divino mestre). Todos são romances. Um oitavo livro me foi solicitado pelo editor e é o único não-ficção chamado The Making of A saga dos capelinos, que explica como foram escritos os livros, o raciocínio utilizado etc. O nono livro é Shiva a alvorada da Índia, que é um romance também.
Todos os meus livros são ficção, baseados em pesquisas históricas (desk-research) e na tentativa de explicar os mitos, as lendas, através da história e dos fenômenos espirituais. Para horror de muitos dos meus leitores, que imaginam que sou um veículo da alta espiritualidade, os livros não são psicografados e acho que nem mesmo foram intuídos por nenhum mestre espiritual. Se foi, pelo menos não senti nada de especial. Como sei? Todos os meus livros foram escritos e rescritos pelo menos três vezes. Se fosse algo espiritual, teria vindo bem mais pronto, sem tantos erros que me obrigaram a reescrever tantas vezes. (Saibam que é comum um escritor reescrever várias vezes um livro - Ernest Hemingway reescreveu Adeus às Armas, 36 vezes até chegar ao original.)

A Jornada: Como seus livros foram recebidos pelo meio espírita? Foram bem aceitos?

Dahoui: Meu editor Alexandre Rocha da Editora Lachâtre ficou preocupado com a possível recepção negativa do público espírita. Para tanto, abriu um selo novo chamado HERESIS e lançou meus livros. Mas a receptividade foi boa e público espírita de modo geral recebeu bem. No entanto, o brasileiro não tem o hábito do americano e do europeu de criticar. Quando não gosta, não externa, o que é uma lástima. Prefiro receber uma crítica ferrenha e até mesmo mal educada do que um elogio. Claro que o elogio 'massageia' o ego, mas não me aprimora nem como pessoa nem como escritor. Quando eu recebo uma crítica, eu me aperfeiçôo, e isto é fundamental para mim. Portanto, amigos, critiquem tudo. Mandem-me e-mail falando tudo que você quiser (adahoui@yahoo.com.br).

A Jornada: Você está trabalhando em algum livro no momento? Pode nos adiantar algo?

Dahoui: Sou um escritor compulsivo. Atualmente estou reescrevendo A guerra do Ferro. Trata-se de um épico sobre os Orixás. É dividido em dois volumes: Orinxalá e Odudua. Além disso, acabei de traduzir para o inglês o primeiro livro: A queda dos anjos. Só que fiz uma versão ampliada e modificada da edição nacional. Estou, portanto, à procura de editá-lo no exterior. Tenho também um livro que vou reescrever chamado Num piscar de olhos. Tenho um pocket-book pronto para ser lançado chamado Resgate de sangue (tchan-tchan-tchan). Como você pode ver, tenho vários projetos simultâneos. Coisa de louco!

A Jornada: Qual a sua atividade profissional?

Dahoui: Escritor.

A Jornada: Como concilia a parte profissional com o Espiritismo? Há conflitos?

Dahoui: No passado, quando trabalhei para grandes empresas e fui diretor comercial de várias delas, nunca tive problemas de conciliar a parte profissional com o Espiritismo.
A Jornada: Sabemos que ainda há muito preconceito e desinformação a respeito do Espiritismo. Isto já refletiu em sua atividade profissional?

Dahoui: Nunca, mesmo que todos soubessem que eu era Umbandista e Espírita. Todavia, nunca perturbei ninguém no meu trabalho com proselitismo. Eu só perturbo as pessoas fora do trabalho.

A Jornada: Espiritismo é religião?

Dahoui: Sim. Pura e simplesmente sim. Qualquer palavra adicional é supérflua.

A Jornada: Como você vê o crescimento da Doutrina Espírita no Brasil e no Mundo?

Dahoui: Um fracasso! Na França, berço do Espiritismo ninguém conhece Allan Kardec. Incrível, não é mesmo? No resto do mundo, o Espiritismo Kardecista não existe. Nem mesmo os livros que tratam do assunto, conhecem Allan Kardec. No Brasil, ainda se conhece o mestre francês, mas o espiritismo kardecista foi abafado pela Umbanda e pelo Candomblé (Diga-se de passagem, eu sou 'feito' no Candomblé, portanto nada contra, mas nada muito a favor também!?) Os centros espíritas kardecista no Brasil estão tão afastados das práticas que Allan Kardec instituiu que são irreconhecíveis (É raro encontrar um centro kardecista que você possa falar com alguma entidade. A maioria nem sequer incorpora entidades; tudo se passa sem o contato direto do público com os espíritos). Por isso que a Umbanda tem crescido tanto, mas a maioria do povo só vai para Umbanda quando está em crise. Caso contrário, a renega e a considera como uma expressão menor, especialmente a elite.

A Jornada: Qual a maior dificuldade que a Doutrina Espírita enfrenta para sua aceitação?

Dahoui: Vamos dividir a resposta em blocos. Inicialmente, o Espiritismo Kardecista é por demais elitista e complexo para as pessoas comuns. Os intelectuais espíritas estão afastados dos problemas do dia-a-dia. Não se envolvem com a política, preferem lidar com problemas que consideram de ordem superior e dificilmente descem ao problema da grande população (falta de emprego, falta de perspectivas, etc.). Pelo seu lado, a Umbanda, que muitos nem sequer consideram Espiritismo, é uma colcha de retalhos de idéias africanas, kardecistas e católicas. É uma mixórdia da qual nem seus participantes conhecem a base filosófica corretamente. O candomblé, então, é muito pior, mesmo que ultimamente tem havido uma melhora no nível dos pais e mães de santo. No entanto, continuam longe de qualquer conceituação única; cada um é o dono da verdade.
O Esoterismo, de várias ramificações entre elas, a Teosofia, o Rosacruz, os cultos de ordem tibetana, hinduístas, Wicca etc., são uma loucura completa. Acreditam em tanta sandice que me dá vontade de escrever um livro cujo título seria: Em matéria de religião, somos todos idiotas, inclusive eu, e teria como subtítulo: meu ouvido não é pinico. É impressionante a quantidade de baboseiras que escuto diariamente de espíritas, esotéricos, ufólogos, etc.
Naturalmente, o leitor deverá estar se perguntando se o autor é um louco ou se ele acha que só ele acha que é dono da verdade. Claro que todo se acha o dono da verdade. Nunca conheci ninguém que me dissesse que acredita em mentiras e que tudo que ele fala são inverdades. Todos nós, seres humanos, achamos que somos os donos da verdade. Por que eu seria o único a não achar que também não seria o dono dela? Por outro lado, eu lhe pergunto se você se questiona duramente, severamente, sobre suas idéias diariamente? Pois eu faço isso cada dia, sem deixar um dia sequer de fora. Diga-me como é que pessoas podem achar que foram golfinhos em Tau Ceti, ou que foram uma luz em Marte que ficou vagando por séculos, ou que é um capelino exilado, até hoje? Como é que alguém pode acreditar que ETs vem de distâncias colossais para dar mensagens tão óbvias, tais como 'só o amor constrói'? Como é que alguém pode acreditar num Deus de imensa crueldade que se arrepende de sua obra e que resolve destruir sua criação (Ele é ou não Onisciente?)? Ou como pode acreditar que se eu não der um ebó para Exu, ele vai me perseguir até a morte? Vou parar por aqui, pois a lista é imensa.

A Jornada: Nós espíritas somos muito questionados a respeito da Doutrina Espírita e constantemente somos provocados a justificar nossa crença em confronto com a Bíblia. Na sua opinião, devemos entrar nesse tipo de debate para defender a Doutrina Espírita ou não?

Dahoui: Devemos sim, debater e muito. Temos que dizer que a Bíblia foi um livro escrito pelos homens, no ano 440 a.C., devidamente compilado por Ezra, a partir da Grande Assembléia de Notáveis. Temos que mostrar que não há nada de sagrado nesse livro. Na realidade, se você olhar com cuidado, não passa de um livro que denigre a imagem de Deus. (Como é que Deus e o diabo se mancomunam para 'sacanear' o pobre de Jó?) Ou se pode dizer que é um livro pornográfico (As duas filhas de Lot embebedam o pai para transar com ele, ou que Onã simplesmente goza no chão para não gerar um filho em sua esposa?). Que diabo de livro é esse? Zarathustra também diz que recebeu o Zend Avesta diretamente de Ahura Mazda (Deus). Quem não acha que sua religião é a mais pura expressão da verdade? Pois se o espírita acha que sua religião também é a VERDADE, então deve defendê-la com unhas e dentes.

A Jornada: O Brasil é um pais onde a grande maioria é Católica ou Evangélica, mas algumas pesquisas indicam que grande parte da população não Espírita acredita em reencarnação. Como podemos interpretar isto?

Dahoui: Todo mundo é ignorante, inclusive eu. Todos somos ignorantes em matéria de filosofia e religião (estou incluído nessa categoria num pedestal, como o mais ignorante e arrogante deles). Uma vez falei com um amigo, extremamente inteligente, culto e católico, que acreditava em reencarnação. Como você pode ser católico e acreditar em reencarnação? Pois ele não sabia que igreja católica não aceita a reencarnação. Igual a ele, há milhões. Acreditam em reencarnação, mas não querem nada com o Espiritismo. Eu? Me meter com espíritos? Incorporara e falar eche, zin fio. Nunca! O evangélico, na sua grande maioria, é de uma ignorância crassa, inclusive os pastores, com raras exceções. Como é que podem julgar o que é reencarnação? Pare e pensem. O assunto é extremamente complexo e é muito fácil 'se viajar na maionese'. Lembra daquele que foi uma luz em Marte (é um juiz togado), do golfinho de Tau Ceti (professor universitário), o que recebia mensagens de ETs sobre como só o amor constrói (empresário, advogado)? Ora se os mais cultos são capazes de imaginar as coisas mais loucas possíveis, imagine então os ignorantes. Os americanos, esses então, pelos filmes que fazem sobre espírito, o demônio e outras baboseiras, dá até dó. Ou não dá? Solução: milhares de anos, muita educação e discussão, coragem para derrubar mitos e quebrar ídolos de pé de barro. Você tem coragem para isso? Ou prefere ficar comodamente na sua posição de dono da verdade? Escreva, faça criticas, seja agressivo e defenda suas idéias. Bote o pescoço para fora, sua tartaruga!

A Jornada: Segundo Emmanuel a maior caridade que podemos fazer para a Doutrina Espírita é a sua divulgação. O que podemos fazer para contribuir neste sentido? 
Dahoui: Certíssimo. Educação, discussão, debates, muita agressividade (no sentido intelectual, nunca físico). Falar a língua do ignorante (simplicidade e objetividade), filmes, etc.
É sonho, pois o espírita (kardecista, umbandista e candomblezeiro (será que é assim que se escreve?)) é antes de mais nada desunido. Cada um por si. Tudo isso que estou dizendo requer muito dinheiro. O leitor irá me dizer por que não escrevo um livro simples para explicar a doutrina espírita. Resposta: ninguém quer editar um livro simples e baratinho. Além do que seria necessário muito mais do que apenas um livro.
A Jornada: Em sua opinião, o fato de Jesus ter usado parábolas para ministrar seus ensinamentos e não ter escrito nada, ajudou ou prejudicou o entendimento do Cristianismo? Se tivesse escrito, conforme fez Kardec com a codificação Espírita, reduziria as multidivisões futuras e melhoraria o entendimento?

Dahoui: Jesus deixou tudo escrito através de seu irmão gêmeo, Judas o Tomé. Ele é que compilou o que o irmão falou e, muitas vezes, eles discutiram vários assuntos. (Vide Atos de Tomé, capítulo 39, Tomé (que quer dizer gêmeo em siríaco) estava pregando quando foi interpelado nos seguintes termos "...Irmão gêmeo do Cristo, apóstolo do Altíssimo e co-iniciador da palavra oculta do Cristo, tu que recebeste seus ensinamento secretos.). No entanto, mesmo que ele tivesse escrito pessoalmente, teria havido, no decorrer dos séculos, interpretações as mais variadas. Platão já dizia que se fosse o governante do Mundo, a sua primeira medida seria dar um único sentido às palavras. Portanto, mesmo que Jesus tivesse escrito, sempre haveria pessoas para dizer que não foi bem ele que escreveu, que mexeram nos seus escritos, etc. Vários livros receberam interpolações posteriores para ficar ao gosto do poder religioso da época. Por que os escritos de Jesus também não sofreriam esta mesma interpolação?

A Jornada: Que obras considera obrigatórias na biblioteca espírita?

Dahoui: Obviamente todas as obras de Allan Kardec e também a série de livros psicografados por André Luiz (Nosso lar etc.) Entretanto, acho que seria fundamental que houvesse uma adaptação de linguagem para nossa era. Por exemplo, André Luiz é por demais Machadiano. Sua leitura se torna cansativa, suas frases são imensas e o leitor menos culto tem dificuldade de ler e de apreender o sentido das coisas. Teria que se solicitar permissão do André Luiz, através de Chico Xavier, para que seus livros pudessem ser reescritos em linguajar contemporâneo e que, no final, houvesse uma sinopse dos principais temas abordados, facilitando a apreensão do leitor. Por que falo de André Luiz e não de outros livros similares? Apenas peguei André Luiz como base, mas por exemplo o Livro dos Espíritos também deveria sofrer os mesmo tipo de trabalho. É fundamental que se possa fazer livros simples, de bolso, a preço de US$ 3,00. Mas para tanto, é preciso se fazer uma boa divulgação etc. Não estou propondo nada fácil. Não há milagres, só há trabalho duro e muito dinheiro! Imagine um grupo de espíritas ricos, que queiram ganhar ainda mais dinheiro (nada de sonhos, pé no chão) e que se proponha a fazer filmes espíritas. Você já pensou que filme fantástico não daria o livro Libertação de André Luiz? Esse é o caminho, creio eu.

A Jornada: Na sua opinião, qual a maior herança que podemos deixar a nossos filhos?

Dahoui: O óbvio: um mundo mais justo.

A Jornada: Considerações finais.

Dahoui:  Considerações finais.

Quando me propus a responder a este questionário, pensei em ser simpático e 'light', como dizem os moderninhos de plantão. Cheguei a conclusão no meio do processo de que isso de nada adiantaria; seria um desserviço à causa espírita. Ou nós sacudimos o barco (rock the boat) ou continuaremos sendo 'engolidos' pelas demais religiões. O leitor poderá dizer que é tudo bobagem, que todo mundo tem direito a crer no que quiser e que nós não iremos mudar o mundo. Essa é a posição cômoda. No entanto, se o mundo não fosse tão ignorante em matéria de religião, não haveria homens-bombas no WTC em 11 de Setembro, não haveria homens-bombas nas ruas de Jerusalém, não haveria tanto preconceito etc. O que podemos fazer? O caminho é a divulgação da filosofia religiosa espírita, só que num caminho mais amplo. Por que ficar apenas com Jesus Cristo? Por que não abordar as coisas num patamar ainda mais alto: o próprio Deus. Vocês que vieram do catolicismo e das igrejas evangélicas parecem ter uma dificuldade enorme em se desvencilhar da imagem de Jesus. Esqueçam um pouco sua figura. Concentrem-se na sua doutrina. Lembrem-se de que quando lhe disseram que ele era bom, ele respondeu que bom era o Pai. Ele quer que amemos o Pai e não que glorifiquemos sua pessoa. Pois é no Pai, DEUS, que devemos nos concentrar. Devemos procurar entende-lO. Jesus é apenas o mensageiro e não é a mensagem. O importante é Deus, pois quanto mais nós O entendemos, mais compreendemos como funciona sua obra, nossa vida, nosso destino, nossos problemas e, principalmente, a solução de nossa existência. Este é o ponto nevrálgico de toda a questão: entender Deus ao máximo dentro de nossas limitações espirituais.
Um abraço a todos.

Albert Paul Dahoui

http://www.espiritaouespiritualista.jex.com.br/