domingo, 2 de janeiro de 2011

CONCEITOS PRELIMINARES DE FISIOGNOMIA



Conceitos Básicos


No Método de Leitura Facial da IBRAFIS, a teoria do cérebro triuno é um dos pilares centrais para se comprender a relação entre o corpo e a personalidade. O Ser Humano tem três maneiras de perceber o mundo: pensar, sentir e fazer. É uma fórmula antiga e simples, mas também é uma maneira precisa de olhar para o Ser Humano. Se começarmos a pensar sobre esses três aspectos como tipos de Inteligência, as coisas se tornam mais claras para nós. Não só se expande a nossa compreensão da inteligência humana, mas também acabamos valorizando os aspectos de nós mesmos que precisam de atenção em nosso processo de auto-desenvolvimento.
Todos nós identificamos à primeira vista a inteligência com o “pensar”, mas não necessariamente com o “sentir” ou com o “fazer”. No entanto, quando refletimos mais cuidadosamente, podemos ver que todas as três funções são maneiras igualmente importantes de perceber o mundo, e que cada uma delas nos dá informações e capacidades que as outras não podem dar.
Por exemplo, o pensar estabelece leis e regras pelas quais governamos a vida; sem essas normas reinaria a anarquia, e não teríamos parâmetros para guiar nossa vida. O sentir, porém, examina essas leis e regras aplicando-as às situações humanas e decidindo quais são as mais importantes em situações específicas; sem essa abordagem, não haveria doação nos relacionamentos humanos, não haveria sentido de valorização das pessoas para quem as leis são feitas.
Com a inteligência do fazer, mobilizamos nossa energia para agir sobre os pensamentos e avaliações que procedem das outras duas inteligêncas. Sem a vontade de agir, nada resultaria de todo o processamento mental; ninguém se beneficiaria de nossos pensamentos ou sentimentos, e as leis e regras que estabelecemos jamais teriam um efeito real sobre a nossa vida.
Cada uma dessas três inteligências é necessária para que uma pessoa viva uma vida saudável e equilibrada. Ao identificar a inteligência só com o pensar, causamos um grande prejuízo para nós mesmos. Ao excluir o tipo de inteligência que o sentir e o fazer fornecem, impedimo-nos de entender e usar o nosso verdadeiro potencial.
Esta interpretação da mente humana é corroborada pela maioria das recentes pesquisas modernas sobre o cérebro humano. De acordo com esses estudos, os Seres Humanos possuem simbolicamente três cérebros:





Cérebro Instintivo


O núcleo central mais antigo de nosso cérebro é o Cérebro Réptil, que costuma ser chamado de Cérebro Físico ou Instintivo. Nele se encontra o Centro Criativo, que entende o mundo físico; é dele que temos o senso de como lidar com este mundo.
O Tronco Encefálico (cérebro réptil) é formado basicamente pelo bulbo raquiano, que é uma extensão da medula espinhal, em cujo interior se encontra a SRAA (Substância Reticular Ativadora Ascendente), e pelo gânglio basal, que corresponde pela função motora e pela memória básica dos padrões sensoriais. Depois de passar pela SRAA e pelo gânglio basal, os impulsos chegam ao sistema límbico e ao neocórtex e, então, retornam aos músculos, pelo Sistema Nervoso Deferente, para efetuar a ação.
Esta é a área responsável pelo comportamento básico e pelas ações que podem ser desenvolvidas mecanicamente, tais como rotina, imitação e repetição. E a esta porção do encéfalo podemos relacionar: instinto de preservação, preocupação/habilidade com posses materiais, habilidade para trabalhos manuais em geral, capacidade de concretização de idéias, habilidade para lidar com máquinas e equipamentos, pontualidade, agilidade, boa admiração do tempo.


Cérebro Emocional


A camada seguinte é o Cérebro Mamífero, conhecido como o Cérebro Emocional. Nele se encontra o Centro Relacional, que processa as emoções e entende a dimensão da vida que abrange os relacionamentos humanos.
O Sistema Límbico (cérebro mamífero) é um complexo sistema que se encontra abaixo do neocórtex, bem atrás do nariz, composto por estruturas celulares, dentre as quais destacamos: tálamo, amígdala, hipotálamo, bulbos olfativos, região septal e hipocampo, cada uma delas com funções e características específicas.
Associado à afetividade, o tálamo é a maior estrutura do sistema límbico que funciona como um retransmissor dos impulsos sensoriais ao neocórtex. Suas funções básicas são a integração sensória e motora. O hipotálamo, associado ao prazer e à dor, tem cerca de 1/300 do peso total do cérebro e o tamanho de uma ervilha e se localiza na base do cérebro, respondendo por algumas importantes funções, como a temperatura corporal, as emoções, a fome, a sede e os ritmos biológicos. As amígdalas são associadas à agressividade verbal. Os bulbos olfativos, à respiração e às emoções. A região septal, à sexualidade. O hipocampo, à memória e ao aprendizado.
Ao Sistema Límbico, também conhecido como o centro dos sentimentos e das emoções humanas, podemos relacionar: alegria e tristeza, intuição, imaginação, romantismo, afetividade, habilidade de expressar-se com o corpo, prazeres simples e naturais, preocupação com o futuro e criatividade.


Cérebro Racional / Intelectual


Finalmente, coroando tudo há o Neocórtex, o Cérebro Humano, ou Cérebro Pensante (Racional). Nele se encontra o Centro Mental, que tem o papel de pensar, abstrair e objetivar.
O Neocórtex Cerebral é a camada mais externa do cérebro (córtex vem do latim e significa casca) que tem uma espessura variável entre 2 e 6mm e os lados esquerdo e direito ligados por um grosso feixe de fibras nervosas chamado “corpo caloso”. Tem superfície irregular, com áreas de maior protuberância com pequenos sulcos, o que dá a conhecida aparência enrugada do cérebro.
Ao neocórtex podemos relacionar: capacidade de argumentação, método, minúcia e detalhe, agilidade mental, clareza para discernir, fluência verbal, autocontrole, prudência, questionamento, precisão para justificar idéias ou ações e organização.
Essas três camadas do cérebro humano desenvolvem-se de dentro para fora nos primeiros anos de vida. Por ocasião do nascimento, desperta o cérebro físico, e alguns meses mais tarde despertam as emoções junto com a consciência dos relacionamentos. E por fim, desenvolvimento físico dá maior liberdade ao bebê, conduzindo-o para situações mais complexas, que exigem o uso dos processos de pensamento do cérebro intelectual.
Todos nós nascemos geneticamente influenciados por 1 ou mais dos Centros de Inteligência. A configuração dos nossos centros predominantes e reprimido, nos predispõem a um conjunto de padrões corporais e temperamentos, que somados ao ambiente, vivências, educação e cultura formam a nossa personalidade e o nosso padrão corporal presente.


A Influência Corporal dos Centros de Inteligência


Nas imagens e textos abaixo, você conhecerá algumas características físicas e comportamentais de acordo com o Centro de Inteligência Preferido.





Estas pessoas interpretam a vida por meio de uma necessidade de agir rapidamente ao lidar com qualquer situação.
O propósito mais elevado desse centro é o movimento, a intenção e a realização. As pessoas que preferem esse centro, porém, usam-no excessivamente e abusam dele, mascarando assim seus verdadeiros propósitos e usando seu impulso para a ação imediata como sua abordagem primária da vida, pessoas e situações.
Essas pessoas sabem como reagir por meio de seus sentimentos entranhados. Com altas expectativas em relação a si mesmas, aos outros e à vida em geral, presumem que todos deviam contribuir com a vida fazendo alguma coisa. Desenvolvem habilidades incomuns de perceber e interpretar a realidade física e assim sabem o que está acontecendo; muitas vezes têm um pressentimento agudo das mudanças que estão para acontecer no ambiente.
Sentem-se valiosas quando têm capacidade de fazer diferença na vida por meio de suas palavras, ações e influência, e sem valor quando não o fazem. Se os outros são diretos, honestos e justos com eles, sentem-se seguros, confiantes e autoconfiantes. Quando as ações e as palavras dos outros não combinam bem, começam a se sentir inseguros e podem se tornar abertamente hostis.
Superestimar o Centro Criativo causa uma leve antipatia em relação à vida como eles a conhecem, um senso inconsciente de que nada é como deveria ser. Assim, medem constantemente seu desempenho em relação ao dos outros e à situação. O questionamento interminável de sua própria importância acaba minando sua auto-estima e concentrando a atenção na sua incapacidade de mudar todos os aspectos da vida que eles acreditam que precisam de mudança.



Estas pessoas interpretam a vida por meio dos sentimentos e emoções pessoais.
As pessoas que preferem esse centro tendem a personalizar as questões e relacionamentos, tomando assim as coisas como questão pessoal. Sua percepção rápida no plano psicológico permite-lhes analisar a dimensão humana de uma pessoa ou situação quase que instantaneamente. Possuem antenas emocionais altamente desenvolvidas, o que lhes permite “ler” as pessoas e situações de maneira não verbal – por meio do tom de voz, dos maneirismos ou de pensamentos não expressados, por exemplo.
Numa situação como trabalhar num projeto, se a atitude de um colega de trabalho se torna objetiva demais, distante ou concentrada na conclusão, as pessoas que preferem o Centro Relacional costumam se sentir ameaçadas e rotulam a outra pessoa de afastada ou distante. Em seguida identificam a falta de interação como procedente de um conflito de personalidade ou de uma deficiente química pessoal.
Sentem-se bem consigo mesmos quando reagem bem às pessoas e mal quando não o fazem. Conscientes das necessidades e sentimentos dos outros, tentam conseguir deles uma reação favorável. Quando os outros reagem a eles de maneira positiva, sentem-se livres, abertos e confiantes; mas quando sentem rejeição ou qualquer outra reação negativa, tendem a se retrair – às vezes magoados, outras vezes confusos.
Sua preocupação mais profunda é com a imagem que os outros tem deles. Ao valorizar excessivamente o Centro Relacional, precisam de pessoas à sua volta e sabem conscientemente como fazer isso. Percebendo a vida basicamente como uma empreitada interpessoal, fazem uma constante avaliação da sua capacidade de se relacionar. Um senso arraigado de não serem merecedores de amor corrói e mina seu senso de auto-estima.



Estas pessoas interpretam a vida por meio da informação e do conhecimento.
O propósito mais elevado desse Centro é ver, ganhar consciência e captar o verdadeiro significado da realidade. As pessoas que preferem esse centro, porém, usam-no excessivamente e abusam dele ao olhar para tudo, desde um complicado problema matemático até um relacionamento pessoal, sob o mesmo ponto de vista desapaixonado – interesse objetivo e curiosidade impessoal.
O interesse de fazer perguntas e discutir os assuntos produz uma abundância de informações com os quais eles então reagem às pessoas e situações. Quando recebem respostas emocionalmente carregadas às suas perguntas, ou quando tiram conclusões sem deliberar, eles tendem a filtrar os sentimentos e esmiuçar as reações. Então analisam as informações de acordo com um esquema predeterminado de categorias.
Sentem-se bem consigo mesmos quando conhecem e analisam corretamente as informações e mal quando não o fazem. Se o trabalho, os projetos e os relacionamentos vão bem, interpretam esses resultados como uma confirmação do seu acerto na análise das informações e assim ficam confiantes, objetivos, curiosos e observadores. Se a vida se torna complicada e desarranjada, eles se retiram para a cabeça, reanalisando e reorganizando as mesmas informações. Se concluírem que estavam certos e os outros errados, teimam em provar isso.
Supervalorizando o Centro Intelectual, precisam entender onde e como se encaixam na vida e nas situações. Seu estilo lógico e impessoal cria um senso inconsciente de superioridade. Acham que os sentimentos desorganizam e abalam, pois nublam o entendimento e levam a decisões e ações impulsivas; um ar de leve desdém serve como defesa contra a emoção. Vendo a vida basicamente como um empreendimento impessoal, criam uma necessidade insaciável de mais informações; nunca saber o bastante os faz sentir incapazes e corrói a sua autoconfiança.





Num rosto, região superior representa o intelecto e vai do início dos cabelos, no alto da testa, até as sobrancelhas; a região média representa as emoções e vai do alto dos olhos à base do nariz; a região inferior representa os instintos e vai da base do nariz ao final do queixo.

A Região Superior é formada pela testa, sobrancelhas e pela parte superior da cabeça. Esta região pertence metaforicamente ao cérebro intelectual (neocórtex) que envolve todas as partes anteriores e compreende as funções mentais do Ser Humano. Através de seus receptores, esta região se comunica com os sistemas visual e auditivo que dão ao cérebro as informações necessárias para a compreensão e interação como mundo externo, de forma mais abstrata e metafísica.


A Região Média é constituída pela massa facial (osso maxilar superior), nariz e olhos. Esta região, em mamíferos, pertence metaforicamente ao sistema límbico (em torno do precedente, o cérebro límbico, ligado ao sistema vegetativo é o centro das emoções e afetos). Esta região se comunica através de seus receptores com o sistema olfativo e respiratório, que condiciona a expressão das emoções.


A Região Inferior (boca, queixo e mandíbula), está associada metaforicamente ao funcionamento do sistema nervoso réptil que se uniu ao centro do encéfalo e é ligado ao sistema nervoso endócrino, sendo portanto, o centro dos instintos originais que através do seu receptor se comunica com o sistema digestivo e reprodutivo que estão intimamente unidos. Assim, na zona inferior, encontramos o impulso forte, em outras palavras, a âncora com o que há de real e a ambição de realizar.


*Crédito dos desenhos do cérebro e corpo: Julián Gabarre.

Welber Márcio Delmiro e Silva

Fisiognomista
Consultor Pessoal e de Empresas


IBRAFIS - Instituto Brasileiro de Fisiognomia
Av.Cristina Gazire, 585, Praia - Itabira / MG
Telefone: 31 3835-1104 / Cel: 31 8779-8124


Site: www.leiturafacial.com.br

contribuição de João Alves Araújo

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